Mesa Redonda 1: “Formação de Professores e Ensino de Matemática: entre Diretrizes Oficiais, Avaliações em Larga Escala e Práticas Pedagógicas na Parceria Universidade-Escola”

​

Nome dos Palestrantes: Profa.Dra. Michela Caroline Macêdo (UPE) e Prof.Dr. Tiêgo dos Santos Freitas (UEPB)

​

Mediador(a): Prof. Robson Eugênio (UPE)

​

Resumo: A mesa-redonda “Formação de Professores e Ensino de Matemática: entre Diretrizes Oficiais, Avaliações em Larga Escala e Práticas Pedagógicas na Parceria Universidade-Escola” tem como objetivo promover uma reflexão crítica sobre os múltiplos impactos das políticas educacionais na formação e na atuação dos professores que ensinam Matemática. Em um contexto marcado por diretrizes curriculares nacionais cada vez mais centralizadas, como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e, mais recentemente, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), é essencial compreender como esses documentos orientam — e, em muitos casos, condicionam — os currículos escolares e as práticas pedagógicas nas salas de aula de Matemática. As políticas públicas educacionais impulsionadas pelo Ministério da Educação, com ênfase em padrões de desempenho, avaliação e formação padronizada, têm reconfigurado o papel do professor. A Prova Nacional Docente (PND), por exemplo, surge como um mecanismo de aferição da qualidade da formação inicial, mas também como um elemento que pode influenciar o desenho dos cursos de licenciatura, muitas vezes direcionando-os para uma lógica de treinamento em detrimento da formação crítica e reflexiva. Nesse cenário, a tensão entre a formação acadêmica e as demandas do sistema educacional se torna evidente, especialmente quando se considera a pressão exercida por avaliações em larga escala, como o SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e os sistemas próprios de avaliação das redes municipais e estaduais, que impactam diretamente as decisões pedagógicas nas escolas. Diante desse quadro, a parceria entre Universidade e Escola emerge como um espaço estratégico para repensar e fortalecer a formação docente. Ao articular saberes teóricos e práticos, essa colaboração permite que licenciandos e professores em atuação se apropriem criticamente dos documentos oficiais, compreendam os limites e possibilidades das avaliações externas e desenvolvam práticas pedagógicas mais significativas, contextualizadas e comprometidas com a equidade educacional.